Artur Pastor
Fotógrafo
Nascido em 1922, num Alentejo adormecido pelo torpor social e económico de um Portugal cinzento e isolado, Artur Pastor não tem paralelo no país e na Europa pelo seu trabalho de Fotografia etnográfica que expõe de uma forma crua e poética o país real, duro e doce.
Ainda hoje um “desconhecido” (até no seu próprio país) é o génio silencioso, e pai da Fotografia Contemporânea Europeia, que está por “descobrir”.
Ao nível de André Kertész ou de Cartier-Bresson, cujo destino e sorte transportam para o mercado editorial Americano, Pastor nunca dá o salto porque no seu país a Fotografia é considerada uma arte de amadores, sonhadores talvez.
Com séries como a “A Condição Humana” ou “Mundo Rural”, é como funcionário público ao serviço do Ministério da Agricultura que viaja por todo o país durante décadas, “desenhando-o” a papel químico, e deixando um património inqualificável pela beleza e extensão, hoje detido na sua quase totalidade pelo Arquivo Fotográfico de Lisboa.
É o poeta das imagens e o génio tímido que deixa a câmara fazer aquilo que a tecnologia nunca pode superar, magia e memória, e sempre, modernidade.