Ljubomir Stanisic: “100 maneiras, sem limites”

Ljubomir Stanisic já conhecia o projeto para o qual foi convidado, e aproveitou o seu poster para homenagear a equipa de 80 pessoas com quem trabalha diariamente. Neste contexto de pandemia, quis lembrar o mais importante: a vida humana e as caras de todos aqueles que fazem parte da sua realidade. 

“Nós, o mundo. E o Mundo em nós.” Que mundo plural e ao mesmo tempo uno é este que quis dar a conhecer no POSTER? Com que intenção?
Este é o nosso mundo, as nossas pessoas, os que todos os dias ajudam a construir este microcosmos que é o 100 e que ultrapassa em muito as paredes dos nossos restaurantes. Temos uma equipa de 80 pessoas que vem dos quatro cantos do mundo: Nepal, Rússia, Ucrânia, Brasil, México… Essa pluralidade está entranhada no nosso ADN e acaba por reflectir um pouco a realidade de Lisboa – uma cidade com muitas Lisboas dentro, muitas influências do mundo, sotaques, sabores… Numa altura de pandemia, em que todos os dias somos bombardeados com números, sentimos que era fundamental trazermos as caras para a frente. Lembrarmos aquele que é o maior bem: a vida humana. Sem pessoas, sem cuidarmos das pessoas, nada faz sentido.

O mundo transformou o Ljubomir no chef e na pessoa que é. E o POSTER? Como é que pode agitar e transformar que o toca na rua?
A arte tem essa capacidade de mover, de provocar, de nos fazer pensar e agir. Ao trazê-la para a rua, estamos a ampliar essa voz, a chegar a mais gente, fora dos circuitos habituais da arte. Nesta altura, em que enfrentamos uma crise duríssima, queremos lembrar-nos a nós e aos outros, da importância do cuidado com o próximo. Não podemos deixar que o medo nos roube a essência do que é humano, a empatia, a generosidade.

Por que é que fez sentido para si aceitar o convite? Já conhecia a iniciativa?
Sim, já conhecíamos. Gostamos muito desta ideia de democratização da arte, de aproximação, não só por estar exposta na rua, a todos, mas também pela variedade de convidados, de tantas áreas distintas, e pela vertente da open call, que permite sair do circuito habitual e descobrir artistas que se calhar de outra forma nunca descobriríamos.

A Arte, à imagem do seu conceito de cozinha, também é assim, 100 Maneiras?
Completamente. Sem maneiras, sem regras pré-definidas, sem preconceitos, e 100 maneiras, sem limites.

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