Inês Ventura
Fotógrafa
Oeiras, 1984. Formada em Psicologia Aplicada, área Clínica e tendo-se especializado, mais tarde, na Gestão de Recursos Humanos, é na Fotografia que procura uma forma de entender o Mundo. Mais tarde, realizou um curso de Fotografia na Restart e tem procurado investir continuadamente na sua formação em Fotografia através de workshops pontuais.
Num ano atípico como o de 2020, desenvolveu alguns projetos como:
“Suspenso”, onde conta histórias em discurso direto, e através do retrato, de pessoas que foram afetadas, de alguma forma, pela pandemia;
“A Sul, 6.0 – Terra da Saudade”, um trabalho desenvolvido no âmbito de uma Residência Artística no Algarve, dirigida por Pauliana Valente Pimentel, onde, num espaço de 10 dias, procurou retratar o Algarve não turístico;
Mundano, um projeto desenvolvido no âmbito das Narrativas Fotográficas do Intendente, de Pauliana Valente Pimentel, onde retratou o Intendente durante a noite, projeto este que foi alvo de exposição patente na Casa Independente, de 4 de novembro até à data de hoje;
“Estamos aqui”, um projeto desenvolvido no final de 2020, focado na restauração, bares, espaços culturais. Procura retratar as pessoas que estão por detrás destes espaços e que se têm visto presas no meio de tantas medidas. Ainda que necessárias, o sentimento de impotência de determinados momentos fala mais alto, pelo que se utilizou a analogia de mugshots como manifestação desse sentimento.
O POSTER DE INÊS VENTURA
“Um povo que canta não pode morrer” é uma das frases mais célebres de Michel Giacometti, etnólogo que se interessou pela música tradicional portuguesa, onde se inseriu o Cante Alentejano, género musical tradicional Alentejano que foi consagrado Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2014. A imagem do Poster foi feita ao abrigo de um trabalho realizado junto de um grupo coral nonagenário, o Rancho Coral e Etnográfico de Vila Nova de São Bento (RCEVNSB), trabalho este que teve como principal objectivo documentar uma das diversas tradições orais que o povo português tem e, mais do que isso, de que forma é que essas tradições orais espelham as emoções de um povo. Na imagem do Poster, encontram-se dois elementos do RCEVNSB, irmãos, numa pose formal e encenada, com as vestes e os ornamentos tradicionais de campo, que remonta à origem dos locais onde as modas eram cantadas: na lavoura.